Na manhã desta segunda-feira (07/06), o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) realizou uma coletiva de imprensa para tratar sobre o cenário do transporte público, propostas de soluções e os entraves do sistema. A coletiva teve a participação de Otávio Cunha, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), e de Myrian Aguiar, consultora técnica do Setut.
De acordo com o apresentado pela consultora técnica do Setut Myrian Aguiar, o principal ponto de estrangulamento, que limita o desempenho do sistema de transporte coletivo na capital se dá no descumprimento pela Prefeitura Municipal de Teresina dos marcos regulatórios, contratos e decisões judiciais, no que se refere aos subsídios tarifários.
Em conformidade com os dados apresentados pelo Setut, a dívida constituída em acordo judicial com a Prefeitura da capital piauiense gira em torno de R$ 52 milhões, somados com R$ 26.238.772,13 referentes a março a outubro de 2020, do qual foram recebidos R$ 5,2 milhões, ou seja 2 das 12 parcelas firmadas. E R$ 31.513.754,89 referente a novembro de 2020 a abril de 2021, onde ainda não houve retorno financeiro por parte da PMT.
O Setut destacou ainda que foi enviado para a Prefeitura o diagnóstico e sugestões de melhorias sobre o transporte público da Capital, o qual não obtiveram respostas por parte da gestão da cidade até o presente momento.
Otávio Cunha, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), destacou ainda que o ex-prefeito Firmino Filho, que era vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), conhecia a situação do transporte e era ativo na causa de busca de melhorias e auxílios, e que se mostrava sempre disponível na resolução da situação dos coletivos.

ÍNDICES DE AUMENTO TARIFÁRIO
Myrian Aguiar elencou ainda durante a coletiva os principais motivos do aumento de tarifa na capital, entre eles:
- Elevados índices de usuários da gratuidade sem subsídio correspondeste;
- O valor do passe estudantil ser 1/3 da tarifa inteira sem subsídio correspondeste;
- Elevada carga tributária, principalmente do ICMS do óleo diesel, pneus e acessórios;
- Despesas com pessoal correspondem a 45% do valor final da tarifa;
- Redução da quantidade de passageiros transportados; e
- Aumento dos preços dos insumos serem maiores que a inflação, principalmente do diesel
A consultora destacou que a gratuidade e o desconto de cerca de 66% no passe estudantil são bancados diretamente pelos usuários pagantes. Além disso, foi destacada ainda a variação da quantidade de passageiros transportados de 2010 a 2021, que de acordo com os dados apresentados em 2010 eram cerca de 7.391.722 passageiros em contrapartida em 2021 estão sendo constatados 637.014. E uma redução de 70% da frota, que passou de 450 para 137 ônibus.
FONTE: OITOMEIA