O número de exames positivos para dengue realizados em laboratórios privados no Brasil aumentou 221% entre 17 e 23 de março em comparação à primeira semana epidemiológica de 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). A positividade dos resultados cresceu de 26,51% para 33,74% nesse período, enquanto o volume de exames aumentou 152%.
A temporada de chuvas, propícia para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é a principal causa do aumento. Mudanças climáticas e aumento da resistência dos mosquitos aos inseticidas também estão entre as razões apontadas pelos especialistas.
Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, o número de casos prováveis de dengue e chikungunya notificados no Brasil, neste ano, ultrapassou o limite máximo esperado, considerando a série histórica. O aumento da incidência e dos óbitos confirmados colocaram o país no Nível 3 para dengue e Chikungunya, de acordo com o Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika. Na 13ª Semana Epidemiológica de 2023, foram notificados quase 600 mil casos prováveis de dengue, em 4.230 municípios, o que representa alta de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ministério da Saúde confirma 183 óbitos, e há 231 mortes em investigação.
Para combater o aumento dos casos, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergências (Coe-Arboviroses) para controlar e reduzir os casos graves da doença. O governo brasileiro tem investido em ações de combate à doença junto aos estados e municípios. Entre as ações de prevenção e controle do mosquito transmissor, foram enviados mais de 95 mil kits de detecção da dengue às secretarias estaduais de Saúde, e todos os estados estão abastecidos com três tipos diferentes de inseticidas para o controle do Aedes aegypti. Além disso, profissionais foram capacitados em locais com aumento de casos, como os estados do Paraná, de Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina.
