A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), que está presa desde o início de abril, foi encaminhada na manhã desta quarta-feira (21) ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), após passar mal enquanto estava detida na Sala de Estado-Maior do Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí. Antes de ser transferida ao HUT, a parlamentar foi atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levada inicialmente ao Hospital da Polícia Militar (HPMPI). Até o momento, não há informações oficiais sobre seu estado de saúde.
Tatiana está afastada do cargo por determinação da Justiça Eleitoral e é investigada por suspeita de envolvimento com facção criminosa, compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A vereadora foi denunciada pela Procuradoria Regional Eleitoral no dia 13 de maio, no contexto da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, conduzida pela Polícia Federal.
Habeas corpus não é julgado pelo TSE
Ainda nesta quarta, o ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu não analisar o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Tatiana. Segundo o magistrado, o caso precisa ser primeiro apreciado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), que ainda não julgou o mérito da solicitação. “Sem que o mérito tenha sido avaliado por um grupo de juízes do TRE-PI, o TSE não pode se posicionar”, afirmou.
A defesa da vereadora sustenta que não existem motivos para a manutenção da prisão preventiva, alegando ausência de riscos às investigações e à ordem pública. No entanto, o TRE-PI já indicou a existência de elementos que apontam para um esquema de corrupção eleitoral financiado com recursos públicos e possível ligação com organização criminosa, o que teria fundamentado a decisão judicial de mantê-la presa.
Celular e tablet encontrados na cela
Na terça-feira (20), uma vistoria de rotina feita por policiais militares encontrou um celular e um tablet na cela onde Tatiana Medeiros está custodiada. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí confirmou que os aparelhos estavam com a vereadora, que alegou tê-los recebido de um de seus advogados.
A entrada de equipamentos eletrônicos em ambientes prisionais é vedada por lei, salvo autorização judicial. O promotor Assuero Stevenson, do Ministério Público Militar, requisitou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar se houve facilitação por parte de policiais. Caso seja comprovado o envolvimento de advogados, o caso será encaminhado à Justiça comum.
Tatiana foi presa sob suspeita de ter sido eleita com apoio financeiro de uma facção criminosa, além do uso irregular de verbas provenientes de uma ONG sob investigação. As apurações foram intensificadas após o término das eleições municipais de 2024.