A Justiça Eleitoral do Piauí autorizou a alienação antecipada de um veículo Toyota Corolla Cross, modelo 2022/2023, avaliado em R$ 140 mil, apreendido durante uma investigação que apura crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A decisão foi assinada pela juíza Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho, no último dia 1º de agosto.
O carro, de placa ROI2A33, está registrado em nome de Maria Odélia de Aguiar Medeiros, mas, segundo a Polícia Federal, vinha sendo utilizado pela filha dela, a vereadora Tatiana Medeiros. O Ministério Público Eleitoral se manifestou contra o pedido da PF de incorporar o veículo à frota investigativa, alegando risco de depreciação. A magistrada também negou o pedido da defesa para devolução do bem à proprietária formal.
Veículo seria usado como instrumento de lavagem de dinheiro
De acordo com as investigações, o automóvel teria sido utilizado para ocultar patrimônio e facilitar a movimentação de recursos ilícitos. O inquérito aponta o namorado da vereadora, Alandilson Cardoso Passos — suspeito de integrar a facção criminosa “Bonde dos 40” — como o responsável pelo financiamento da campanha eleitoral de Tatiana Medeiros com dinheiro de origem criminosa.
Ainda conforme a investigação, a parlamentar teria tentado formalizar a devolução do valor do veículo como forma de justificar o apoio recebido, dificultando a rastreabilidade dos recursos e caracterizando um possível esquema de lavagem de ativos.
Defesa sustenta legalidade da compra
A defesa da vereadora argumenta que o Corolla Cross foi adquirido por meio de consórcio em abril de 2022, antes do período investigado, e que a origem do recurso utilizado seria lícita. No entanto, a juíza entendeu que há indícios consistentes de que o veículo teria sido inserido de forma fraudulenta na prestação de contas da campanha.
Leilão e destino dos valores
Com a decisão judicial, o veículo será leiloado eletronicamente por um leiloeiro oficial. O valor obtido com a venda será depositado em uma conta judicial vinculada ao processo e ficará retido até a conclusão da ação penal.
Em caso de condenação, os recursos arrecadados serão revertidos para a União. Se houver absolvição, o valor será devolvido à proprietária, com correção monetária e os rendimentos gerados no período.