quarta-feira, outubro 15, 2025
InícioDestaquesDefesa afirma que réu em caso de envenenamento no Piauí também foi...

Defesa afirma que réu em caso de envenenamento no Piauí também foi vítima da substância, segundo laudo do IML

A defesa de Francisco de Assis Pereira da Costa, réu no caso das mortes por envenenamento que chocaram o Piauí, afirma que um laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprova que ele também teria sido vítima de intoxicação por agrotóxico. O documento, segundo o advogado Herbert Assunção, será usado como prova técnica para tentar evitar que o acusado seja levado a julgamento pelo Tribunal do Júri.

Exame toxicológico

O exame foi realizado em janeiro deste ano, a pedido da Polícia Civil. De acordo com o laudo, peritos encontraram resíduos do pesticida Terbufós e de seu metabólito Terbufós sulfóxido no sangue de Francisco. O Terbufós é um agrotóxico de uso agrícola que, quando ingerido, pode causar intoxicação severa e até a morte.

Para o advogado, o resultado do exame muda o rumo do caso.

“Esse laudo pericial é a prova técnica e contundente de que Francisco de Assis também foi vítima de envenenamento. O documento, inclusive, foi omitido pelo Ministério Público no momento da denúncia”, afirmou Herbert Assunção.

Segundo o defensor, o próprio delegado Abimael Silva, responsável pela investigação em Parnaíba, confirmou em juízo que o exame foi realizado e apresentou resultado positivo. Um policial militar que socorreu Francisco também relatou que o acusado apresentava sudorese intensa, mesmo dentro de uma viatura com ar-condicionado ligado — sintoma compatível com intoxicação por pesticida.

Com base nessas informações, a defesa sustenta que não há elementos suficientes para submeter Francisco ao júri popular.

“As testemunhas confirmaram o que o laudo atesta: Francisco de Assis foi vítima de envenenamento. A Justiça não pode cometer o erro de levá-lo ao Tribunal do Júri”, reforçou o advogado.

Próximos passos

Cabe agora ao juiz responsável pelo caso decidir se pronuncia o réu, o que o levaria a julgamento pelo Tribunal do Júri, ou se o impronuncia, reconhecendo falta de provas suficientes para a acusação seguir adiante.

Em setembro, Francisco foi considerado mentalmente são após exame de sanidade feito no IML. Com isso, o processo segue para a fase de instrução e julgamento, em que o magistrado analisa provas e depoimentos antes de definir se o caso será levado ao júri popular.

Relembre o caso

O crime ocorreu em 1º de janeiro, quando seis pessoas da mesma família morreram após consumir um baião de dois contaminado com Terbufós, um pesticida altamente tóxico.

Inicialmente, a suspeita era de que o veneno tivesse vindo de peixes doados à família, mas exames periciais descartaram essa hipótese. O agrotóxico foi encontrado em amostras de arroz, feijão e farinha usados no preparo da refeição.

O caso segue sendo acompanhado pela Justiça e continua sob forte comoção em todo o estado.

spot_img
Mais Notícias
Matérias relacionadas