Uma das criminosas mais conhecidas do Comando Vermelho (CV), identificada como Penélope, apelidada de “Japinha do CV” e chamada por aliados de “musa do crime”, foi morta durante a megaoperação policial realizada na última terça-feira (29) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Segundo informações das investigações preliminares, Penélope era responsável por proteger rotas de fuga e defender pontos estratégicos de venda de drogas na região. De acordo com a Polícia Civil, ela teria “resistido à abordagem e aberto fogo contra os agentes”, sendo alvejada por um disparo de fuzil.
O corpo da suspeita foi encontrado próximo a um dos acessos à comunidade, vestida com roupas camufladas e colete à prova de balas. Imagens registradas por moradores e divulgadas nas redes sociais mostram a mulher caída em uma viela, cercada por marcas de tiros.
Conhecida também pela forte presença nas redes sociais, “Japinha do CV” costumava ostentar armas de grosso calibre e roupas táticas, em fotos que misturavam sensualidade e ostentação. Segundo investigadores, essa imagem ajudava a consolidar sua figura dentro da facção e a atrair seguidores, tornando-se uma espécie de símbolo do grupo criminoso.
A operação que resultou na morte de Penélope integra uma ação conjunta das polícias Civil e Militar, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). O principal alvo é o núcleo de liderança do Comando Vermelho na Penha, liderado pelo foragido Doca, de 55 anos, apontado como um dos chefes da facção em áreas como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.
Além dele, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também identifica como líderes da organização Pedro Paulo Guedes (“Pedro Bala”), Carlos Costa Neves (“Gadernal”) e Washington Cesar Braga da Silva (“Grandão”).
A megaoperação, considerada uma das maiores já realizadas no estado, teve saldo trágico: quatro policiais mortos, oito feridos e 60 suspeitos mortos, incluindo dois vindos da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos durante os intensos confrontos.
Até o final da tarde desta quarta-feira (30), o balanço oficial apontava 81 pessoas presas e 93 fuzis apreendidos. Ao todo, cerca de 2,5 mil agentes participaram da ofensiva, que ainda busca cumprir dezenas de mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho, muitos deles vindos de outros estados para atuar nas comunidades da Zona Norte.
As investigações indicam que o objetivo da facção era expandir o controle territorial para novas áreas da cidade, utilizando os complexos da Penha e do Alemão como base estratégica de operações criminosas.


