Depois que em 2016, chegou a pedir dois anos de prisão para o jogador Neymar (e seu pai), por suposta fraude na transferência do jogador brasileiro do Santos para o Barcelona, o Ministério Público Espanhol surpreendeu o mundo esportivo, hoje (28), seis Anos depois, ao anunciar que retirou todas as acusações contra o craque do PSG.
As acusações eram por corrupção e fraude contra Neymar, por supostas irregularidades em torno da transferência do futebolista brasileiro para o FC Barcelona, em 2013.
Em 2016 a Fiscalia da Audiência Nacional, em Madri, pediu as prisões de Neymar e Neymar pai por dois anos cada em virtude de suposta ilegalidade na transferência do atleta para o Barcelona.
A decisão do Ministério Público espanhol tinha como base uma queixa do fundo de investimento DIS, ex-detentor dos direitos de Neymar, que reivindica porcentagem maior na transação do craque para a Espanha.
Na ocasião o MP espanhol ainda queria que a família de Neymar pagasse multa de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 40 milhões), além de pedir detenção por cinco anos do ex-presidente do Barça, Sandro Rosell, que era o mandatário do clube espanhol quando Neymar deixou o Santos.
O Ministério Público retirou “a acusação contra todos os arguidos e por todos os factos” de que são acusados, após ter pedido inicialmente dois anos de prisão e uma multa de 10 milhões de euros contra o futebolista brasileiro.
A justificação do promotor Luis Garcia para esta decisão é que as acusações “não foram baseadas em evidências”, mas “em presunções” e que o caso se enquadrava na justiça civil e não na criminal.
Numa breve audiência em 18 de outubro num tribunal de Barcelona, Neymar afirmou que os documentos que assinou na altura foram disponibilizados pelo seu pai, o responsável da sua carreira, e que ele se limitou a assinar o que este lhe pediu.
Além dos dois elementos da família Neymar, também Sandro Rosell e Josep María Bartomeu, dois antigos presidentes do FC Barcelona, e Odilio Rodrigues Filho, antigo treinador do Santos, viram retiradas as acusações de corrupção.
A decisão tomada hoje pelo Ministério Público espanhol constitui uma inversão no processo, uma vez que a justiça espanhola pedia inicialmente dois anos de prisão e uma multa de 10 milhões de euros contra o futebolista brasileiro.
O Ministério Público defendia que a contratação de Neymar teve um custo total de 83 milhões de euros e não dos 57 milhões que foram declarados, tendo o restante sido escondido numa combinação entre os dirigentes do FC Barcelona da altura e do Santos.
A empresa brasileira de investimentos DIS, que detinha 40 por cento dos direitos económicos do jogador quando jogava pelo Santos, levou o caso à justiça em 2015, alegando ter sido prejudicada no negócio, pedindo uma indemnização de 35 milhões euros, o valor real que diz devia ter recebido.
A DIS “tem o direito de pensar que a transferência de Neymar deveria trazer-lhe um benefício maior, mas errou de jurisdição”, assegurou ainda o promotor Luis García.
Esta inversão destaca diferenças de opinião dentro do Ministério Público espanhol sobre este processo complexo, originalmente investigado por promotores de Madrid e posteriormente enviado para Barcelona.
Com informações do www.noticiaaominuto.com