sexta-feira, setembro 20, 2024
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Vasco traça cenários de queda de receita e reforma administrativa em caso de rebaixamento

Gestão Salgado evita tratar tema de forma pública, mas estuda como minimizar impactos de possível queda

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Apesar de todos esforços para evitar a quarta queda, a realidade se impõe. O possível cenário de queda para a Série B consolidada no próximo final de semana, com eventual vitória do Bahia e não vitória do Vasco, força os novos dirigentes de São Januário a se debruçarem nas contas. Desde que tomou posse há 28 dias, a administração Jorge Salgado prioriza a fuga do rebaixamento no Brasileirão, o que adiou o pontapé inicial de medidas planejadas nas mais diferentes esferas.

Jorge Salgado e Vanderlei Luxemburgo assistem ao treino do Vasco — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

Um grupo de trabalho, atualmente, se divide em quatro ações, para traçar cenários para a queda – mesmo que mantenha a confiança no trabalho da comissão técnica e dos jogadores. O resumo é: caso a disputar da Série B pela quarta vez vire realidade, a redução de receita obrigará uma readequação não só esportiva, mas também administrativa.

Não é segredo que o momento financeiro do Vasco é grave, com constantes atrasos salariais, penhora de receitas e dificuldade extrema em reforçar o elenco. Porém, o buraco será ainda mais fundo em caso de queda. Por ora, a previsão não tem um valor exato, mas estima-se uma enorme redução nas receitas. Só em direitos de transmissão, a conta bateria em pelo menos R$ 50 milhões, segundo estimativa de Rodrigo Capelo, jornalista especializado em finanças do esporte.

  • Na Série A, é um valor variável de aproximadamente R$ 80 milhões por ano. Na Série B, o Vasco teria de escolher entre o recebível de pay per view ou cota fixa de R$ 8 milhões. Podemos tomar como base o Botafogo em 2019: teve R$ 20 milhões. O Vasco certamente terá mais e certamente vai optar pela cota do pay per view. Agora, a queda é significativa: de R$ 80 milhões para talvez uns R$ 30 milhões anuais com direitos de transmissão. Um valor bastante relevante – explica Capelo.

Esse número, no entanto, tende a ser ainda maior se levada em consideração bilheteria (desde que o público tenha presença liberada – orçamento prevê R$ 3,8 milhões), quadro social e patrocínios. No fim de dezembro, o Conselho Deliberativo aprovou o orçamento de 2021, elaborado pela gestão do agora ex-presidente Alexandre Campello, com previsão de receita líquida de R$ 342 milhões – em caso de queda, teria de ser ajustado até porque o regulamento não prevê pagamento de premiação, só os variáveis referente aos direitos de transmissão.

O antigo mandatário, em diferentes entrevistas, revelou que a folha salarial do futebol era de R$ 4 milhões mensais e o custo do clube a cada mês, R$ 12 milhões. O Bahia, concorrente contra o Z-4, previu R$ 63 milhões a menos caso vá para a Série B.

  • É claro que o cenário ideal para ao Vasco é não cair para a Série B. Não somente por manchar a história do clube, mas por uma questão de subsistência. Perder faturamento, na atual condição do clube, com o endividamento, é muito complicado. Terá de adequar o elenco à Segunda Divisão, mas ainda há compromissos assumidos com o orçamento de Série A. É uma readequação muito severa – analisou Rodrigo Capelo.

Em recente entrevista, Salgado revelou que a dívida vascaína é de R$ 720 milhões. O balanço da temporada 2020 ainda não foi publicado, o que deve ocorrer em abril.

Fonte: GE

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