A Justiça do Piauí manteve a prisão de Suelene da Cruz Pessoa, ex-assessora especial do gabinete do ex-prefeito Doutor Pessoa, apontada pela Polícia Civil como a líder de um esquema de “rachadinha” na Prefeitura de Teresina. Ela foi presa na terça-feira (14) durante a Operação Gabinete de Ouro, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR), e passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (15).
Segundo o advogado Djalma Veloso, que representa Suelene, a audiência foi breve e transcorreu sem irregularidades. “Encerrada. Durou não mais que cinco minutos. Nada havia por reclamar de maus-tratos”, declarou o defensor. Ele explicou ainda que a defesa não solicitou a soltura da ex-assessora neste momento.
Com a decisão judicial, Suelene permanecerá presa preventivamente. O próximo passo do processo será o interrogatório dos acusados pela autoridade policial, o que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira (16). Apenas Marcus Almeida, um dos investigados, foi ouvido antecipadamente, em razão de uma cirurgia na perna.
Entenda o caso
Além de Suelene Pessoa, foram presos Marcus Almeida de Moura, Mauro José de Sousa e Rafael Thiago Teixeira Ferreira, nas primeiras horas da terça-feira (14). A Operação Gabinete de Ouro resultou na apreensão de mais de R$ 70 milhões em bens, incluindo imóveis, veículos de luxo e outros patrimônios supostamente ligados ao grupo.
A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima, na qual a polícia recebeu um dossiê detalhando um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Teresina, entre 2021 e 2024. O material indicava práticas como “rachadinhas”, exigência de vantagens indevidas, recebimento de propinas e lavagem de dinheiro.
As autoridades continuam apurando a extensão das irregularidades e a eventual participação de outros servidores e ex-gestores municipais.