sábado, outubro 25, 2025
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Operação Interpostos amplia investigações e apura uso irregular de emendas da Cultura na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa

As investigações da Operação Interpostos avançam e agora incluem a análise de emendas parlamentares destinadas à área da Cultura durante a gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa. O Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR) requisitou um relatório detalhado de pagamentos, contemplando valores liberados, favorecidos, objetos das despesas e documentos de suporte.

De acordo com a linha de apuração, há indícios de uso indevido de recursos públicos por meio de “laranjas”, em um esquema que teria ocorrido entre 2020 e 2024. Entre os alvos ligados ao setor cultural estão dois ex-presidentes da Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FMC): Neto do Angelim (nomeado em 15 de maio de 2023) e Stanley Freire (nomeado em 19 de março de 2024).

Esquema milionário e desdobramentos

Segundo a polícia, a Operação Interpostos é um desdobramento de outras ações recentes voltadas ao combate à organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico e associação para o tráfico. As forças de segurança já bloquearam e apreenderam bens e valores que somam mais de R$ 70 milhões, incluindo imóveis e veículos. As investigações também identificaram movimentações financeiras atípicas atribuídas a ex-agentes públicos e colaboradores do esquema.

Em coletiva, delegados destacaram que transferências em espécie, depósitos diretos e o uso de interpostas pessoas são marcas recorrentes do modus operandi investigado.

Foco na área cultural

Na frente voltada à Cultura, os investigadores pretendem verificar a execução de emendas, patrocínios, cachês e contratações realizadas por meio da FMC. A apuração inclui o cruzamento de empenhos, liquidações, notas fiscais, contratos e comprovantes bancários, a fim de rastrear o fluxo do dinheiro público até os destinatários finais e identificar possíveis vínculos com pessoas físicas e jurídicas já mencionadas em relatórios financeiros e quebras de sigilo.

Uma das linhas de investigação indica que ex-parlamentares e gestores teriam concentrado decisões e intermediações financeiras, movimentando valores milionários em curto espaço de tempo.

Próximos passos

O DECCOR também solicitou o histórico de nomeações, ordens de pagamento, contratos culturais e prestações de contas do período analisado, além de arquivos digitais e e-mails institucionais que possam ajudar a reconstituir a cadeia de comando de cada despesa.

A investigação segue com quebras de sigilo autorizadas judicialmente, análise de relatórios contábeis e bancários, e oitivas de gestores, servidores e contratados. Segundo os investigadores, novas medidas judiciais poderão ser adotadas conforme o avanço das conferências e dos rastreamentos financeiros.

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