O Cajueiro-Rei padece falta de conservação – Foto: Reprodução
Certamente você já ouviu falar do famoso cajueiro de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, considerado por muito tempo o maior do mundo. No entanto, essa afirmação tem gerado controvérsias, especialmente após um exame de DNA realizado nos cajueiros de Parnamirim e Cajueiro-Rei, em Cajueiro da Praia, no litoral do Piauí, há alguns anos. Esse exame científico comprovou que o cajueiro piauiense é, na verdade, o maior do Brasil e até que se prove o contrário o maior do mundo.
Essa disputa entre os Estados do Rio Grande do Norte e do Piauí sobre qual cajueiro é o verdadeiro maior reflete uma questão interessante. Enquanto a Prefeitura Municipal de Parnamirim investe em publicidade para promover o cajueiro de Pirangi, a Prefeitura de Cajueiro da Praia e o governo estadual do Piauí têm feito menos esforços nesse sentido. Isso resulta em uma visitação e valorização mais baixas para o cajueiro piauiense, que é, de fato, o maior de todos.
Novo estudo atesta Cajueiro-Rei como o maior do mundo
Um novo levantamento realizado pela Universidade Estadual do Piauí – Uespi, e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, constataram, através de imagens aéreas e novas medições, que o Cajueiro-Rei, é mesmo o maior do mundo
Os pesquisadores utilizaram o Sistema de Informações Geográficas (SIG), utilizando imagens de satélite da árvore, além de softwares que mediram o perímetro e a área ocupada. O Cajueiro-Rei, mede 8.834 metros quadrados e 732 metros de perímetro.
“Já há publicações de estudos realizados por professores da Uespi, Ifpi, Universidade Federal do Piauí -UFPI, e Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, que apontavam o nosso cajueiro como o maior do mundo. Este novo levantamento só veio confirmar as pesquisas anteriores”, afirma o prefeito de Cajueiro da Praia, Felipe de Carvalho Ribeiro.
Essa situação levanta questões importantes sobre o turismo e o potencial econômico das atrações naturais no Estado. O cajueiro de Cajueiro da Praia tem o potencial de atrair um grande número de turistas nacionais e internacionais, o que poderia impulsionar o desenvolvimento da região e gerar empregos e renda para o município e para o Estado. No entanto, a falta de investimento em sua promoção e infraestrutura turística necessárias tem limitado seu crescimento.
Bem diferente do cajueiro de Parnamirim o que falta ao Cajueiro-Rei é infra-estrutura de acolhimento ao turista – Foto: Reprodução
Os pesquisadores comprovaram cientificamente que o Cajueiro-Rei tem uma área de copa bem maior do que o cajueiro de Parnamirim, que também briga pelo título de maior do mundo. Ocorre que a árvore do Rio Grande do Norte tem o equivalente a 8.500 metros quadrados de área, mais de 300 metros quadrados menor que o Cajueiro-Rei.
A Prefeitura de Cajueiro da Praia garante que vem cumprindo todas as etapas impostas pelo Guinness Book na tentativa de assegurar o título de o Maior Cajueiro do Mundo, ao Cajueiro-Rei.
“Contamos com o apoio da população, autoridades e principalmente dos professores pesquisadores e os demais que contribuíram para o levantamento de dados que comprovam que realmente Cajueiro da Praia tem o maior cajueiro do mundo”, conclui Felipe Ribeiro.
É importante ressaltar que o turismo é uma indústria valiosa e sem chaminé (portanto não polui) que pode transformar a economia de uma região. Infelizmente, a Secretaria Estadual do Turismo parece não ter uma gestão (e isso não é de hoje) com visão e capacidade para aproveitar plenamente o potencial das belezas naturais do Piauí.
Mas o que fez o Cajueiro-Rei crescer exponencialmente?
A partir de um único tronco, o Cajueiro-Rei se espalhou por uma área de 8.834 metros quadrados – Foto: Reprodução
A mega-árvore surgiu por meio de um processo natural de multiplicação, por meio de clones. É um processo chamado de ‘alporquia’, que acontece quando os galhos tocam o chão e, após serem cobertos por terra, fazem nascer novas raízes, mantendo, ainda assim, a ligação com o tronco original.
O turismo do Piauí tem pressa
O tempo está passando e ele passa rápido. E se nada for feito corremos o risco de perder não apenas a disputa pelo título do Maior Cajueiro do Mundo, mas também oportunidades valiosas de desenvolvimento para o Estado.
E o que falta para impulsionar o nosso turismo não apenas o litoral, mas sobretudo, no sertão? Nosso potencial turístico é fenomenal: Lagoa do Portinho, Delta do Parnaíba, Lagoa do Buriti, Cânion do Rio Poti, Pedra do Castelo, Sete Cidades de Pedras, Floresta Fóssil, Poço Azul, uma infinidade de cachoeiras, Barragem da Mesa de Pedras, Santa Cruz dos Milagres, as belezas naturais de Amarante, Serra das Confusões, Cânion do Viana, Serra da Capivara, os poços jorrantes de Cristino Castro, são só uma pequena mostra do que podemos explorar turisticamente.
Enfim, a impressão que fica é a de que falta vontade política dos governantes em divulgar e atrair a atenção do restante do mundo para o nosso Estado. Que medo é esse? Quem se aventura a responder?
“É preciso encarar o turismo com compromisso e seriedade. Turismo é coisa séria. Se tiver o interesse em promover turismo de verdade o retorno econômico e social é rápido e garantido”, disse o empresário Jorge Leite, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem – Abav/PI.
Fonte: Move Notícias