O superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), Edvaldo Marques, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (20), alegando o não pagamento da quarta parcela de um acordo extrajudicial firmado entre a Prefeitura de Teresina e as empresas que administram o transporte público da capital, representadas pelo Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina).
No ofício encaminhado ao prefeito Dr. Pessoa, Marques justificou sua decisão com base no atraso do repasse de R$ 1,25 milhão, referente à quarta parcela do acordo firmado junto à 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Teresina. O pagamento deveria ter sido realizado até 14 de agosto de 2024, mas, segundo o superintendente, após reunião com o prefeito no último dia 17 de dezembro, foi acordado que o montante seria quitado até o dia 19 de dezembro, o que não ocorreu.
“Minha palavra sobre esse pagamento foi dada aos consórcios, para quitação até 19 de dezembro de 2024. Como não posso honrar a palavra assegurada, tomei esta decisão em nome da minha história como gestor público”, escreveu Marques no ofício.
O atraso no pagamento coincidiu com mudanças na gestão municipal. Em 17 de dezembro, o então secretário de Finanças, Danilo Bezerra, foi exonerado, e o cargo foi assumido pela secretária Mônica Gardênia Galvão. Apesar de o prefeito ter autorizado o pagamento no mesmo dia, a transferência dos recursos não foi efetuada.
Edvaldo Marques confirmou que sua saída foi motivada pelo episódio, mas ressaltou que só se pronunciará oficialmente após a publicação de sua exoneração no Diário Oficial do Município.
O pedido de exoneração ocorre a menos de duas semanas do término da gestão de Dr. Pessoa, que deixará o cargo em 31 de dezembro de 2024. Com a posse do prefeito eleito, Sílvio Mendes, o comando da Strans será assumido por Carlos Daniel, que retorna ao cargo após ter liderado a superintendência em gestões anteriores.
O episódio evidencia as dificuldades enfrentadas pela gestão municipal na área de transportes e deixa para a próxima administração o desafio de resolver pendências financeiras e restabelecer a confiança entre os envolvidos no sistema de transporte público de Teresina.